Nossas Produções


CARLA SANDRA DOS SANTOS

MEU PRIMEIRO CONTATO COM A LEITURA E A ESCRITA

Bom... Me recordo que até a 4ª série, eu não sabia ler nem escrever. Meus pais viviam na estrada de Pernambuco à São Paulo e eu nunca parava em escola nenhuma. Na ultima vez que saímos de Pernambuco para São Paulo, eu já tinha uns 9 ou 10 anos e não tinha aprendido nada. Sempre ficava de castigo (e que castigos...): a professora sempre me deixava ajoelhada no milho, de costas para a sala com aquele chapeuzinho de burro ou trancada num quarto escuro, pois eu nunca realizava as tarefas de casa. Eu tinha que trabalhar na roça, buscar água de balde etc., e, por isso, não tinha tempo para fazê-las.
Quando cheguei à São Paulo, meus pais me matricularam na escola Professor Francisco Antônio Martins Junior e lá eu conheci a professora que mudou a minha história de vida. No começo do ano letivo, eu bagunçava e a professora Irene (lembro dela até hoje!!) vinha com toda paciência conversar comigo e dobrava a lição de casa. Ela nunca me deixou de castigo, ao contrário sempre me incentivava. Aos poucos percebi que ela era diferente e que eu deveria demonstrar que gostava dela realizando as tarefas e lendo (coisinha complicada esta de ler, não??). Mas como?? O que eu deveria fazer para aprender? Não sabia por onde começar... estava perdida... que sofrimento!!
Após pensar e pensar por uma semana, comecei a ler o alfabeto. Ao passar dos dias, eu já conseguia soletrar algumas palavras, mas o fim do ano estava chegando! Quanto desespero... Há poucos dias do fim do ultimo bimestre, a professora Irene resolveu que daria uma prova. Meu Deus, como chorei!! Eu tremia, suava frio, chorava e nada!! De repente, me concentrei nas letrinhas que dançavam (acreditem, para mim elas dançavam...). O silêncio tomou conta da sala, não havia mais ninguém ali, somente a prova e eu... Alguns minutos depois, li a primeira palavra: AVALIAÇÃO. Pronto! Chorei de novo! Aos poucos li o primeiro conto da minha vida... e.... respondi as questões!! Que alegria!! Estava salva! Passaria de ano!!
Nos quinze dias restantes de aula, eu lia tudo, escrevia tudo. Cada banner, cada placa, cada letrinha que aparecia, lá estava eu lendo-a. A professora ficou feliz comigo e eu decidi que nunca mais me acomodaria. Iria buscar respostas para as mais insignificantes das perguntas. Anos depois, me formei em Letras e cá estou eu: dando aulas!! Irônico, não??
ANGELA DE SOUZA BORGES


 MEU PRIMEIRO CONTATO COM A LEITURA E A ESCRITA
Sempre gostei muito de ler!! Comecei a ler com cinco anos e recordo-me como se fosse hoje da minha tia materna me ensinando, nada forçado, as letras do alfabeto. Muitos não se lembram de fatos ocorridos na infância, mas posso dizer que essa fase marcou muito a minha vida, pois acredito que essa conquista da competência leitora contribuiu para a minha autonomia. Não dependia de ninguém para contar histórias para mim, se eu quisesse, eu mesmo as lia.


Minha mãe trabalhava fora e eu ficava na casa da minha querida avó materna e ao mesmo tempo que esperava pela minha mãe, eu também esperava pelos livrinhos e gibis que ela trazia, em sua bolsa de couro preta, para mim. Que saudade!

Esse incentivo de minha família fora muito significativo e importante para o  meu percurso leitor.  Infelizmente, meus professores de 1ª à 3ª série não liam e não incentivaram a leitura dos alunos de minha turma pois não me recordo de nenhum livro que tenha me encantado nesta fase. Na 4ª série, os alunos da minha turma foram incentivados a ler um livro e  apresentar a história para os colegas. Foi neste momento que eu me encantei com um livro e com as personagens: “O menino do dedo verde”.  Este livro marcou a minha vida. Considero este o meu primeiro livro, fiz questão de ler para os meus alunos em momentos de leitura pela professora e de compra-lo para a minha filha.
SÔNIA MARIA DE SOUZA
MEU RELATO DE EXPERIÊNCIA
Sempre gostei muito de ler, de viajar com as palavras, ir a lugares diferentes, que sejam pertos e longes, possíveis e imaginários... Esse gosto não foi ao acaso, pois sempre tive o exemplo de minha mãe, que mesmo tendo estudado pouco sempre leu muito. Quando terminava um livro, de um jeito simples e sugestivo, fazia um comentário qualquer sobre a sua leitura, despertando, assim, o desejo de ler aquela história. Outras vezes, era mais direta e indicava algum livro.
      Através de suas sugestões li “O fio da navalha”, “Uma flor na janela”, “Irmão pobre, irmão rico”,  “Cem mil marmitas de gelo”, “A ilha” , “O germinal”... Cada leitura uma descoberta, um prazer, uma magia, uma reflexão...Fui me descobrindo, redescobrindo, encontrando-me...
      Na época escolar, eu não tive estimulo a leitura. Não me lembro de ter lido algo prazeroso. Até os livros de literatura que tive que ler, não foram convidativos. Só mais tarde que descobri Machado de Assis, Jorge Amado, William Shakespeare e outros.
     De todos os livros que eu li,  o “Pequeno príncipe” e “Dom Quixote” são os que  retorno a ler, e cada vez descubro algo diferente, descubro uma palavra, um sentido...descubro, sinto.    Também gostei muito do livro “A cidade do sol”, que conta a história das mulheres do Afeganistão, a qual é  muito, muito triste. É difícil saber que há tanto sofrimento pelo fato de ser mulher.
    Enfim, preciso parar, porque quero falar de outros: Capão Pecado, Um homem de sorte, Vidas Secas...Atualmente, estou lendo "Os sofrimentos do jovem Werther", de J.W.Goethe, que é um romance epistolar.


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